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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PAISAGENS DE ESQUERDA


A administração da miséria é a principal proposta política capitalista para o século XXI. Assim, os mercados seguirão funcionando em meio ao caos social, pois estarão protegidos militarmente até que o número de pobres seja reduzido e haja uma distensão das contradições insolúveis ao capital. Com um número menor de habitantes, a exploração do Planeta poderá ser equacionada em planos mais sustentáveis já que a dominação sobre a Natureza e a Humanidade fora racionalizada reduzindo os mais latentes fatores de instabilidade, sobretudo, a pressão da revolta dos explorados.


De fato, os capitalistas esperam que os pobres se auto-eliminem através de guerras locais, violência urbana, conflitos no campo, etc., completando a redução pelo extermínio via fome e doenças propagadas pela guerra econômica. Atacando em três frentes cientificamente articuladas (política, econômica e cultural-ideológica), o capital aguarda que bilhões de violentados, famintos e doentes desapareçam nos anos correntes enquanto o mundo parece um campo de concentração nazista. Desta maneira, em 100 anos, talvez haja as condições sociais adequadas no ponto de vista burguês para o estabelecimento de outro modo de produção social, tecnologicamente mais eficiente em termos de rapinagem e destruição sem se preocupar com revoltas, sabotagens, sublevações e motins.

Enquanto o sistema de terror global massacra povos inteiros, os estados garantem internamente a eliminação de todos os setores economicamente espoliados. A coesão social é gerida ideologicamente e sempre lembrada pelas polícias, grupos de extermínio, paramilitares, bandos fascistas e as demais escórias que servem aos exploradores, como igrejas, escolas, universidades, jornais, redes de televisão, etc. Tentam nos adestrar com as mentiras mais imundas, contudo a matéria do nosso corpo alimenta o ódio do nosso espírito, revelando quem e onde devemos combater.

As situações revolucionárias promovidas pela juventude anarquista grega destacaram o ímpeto solvente dos espaços libertários. A criação de espaços libertários materializa liberdades individuais e coletivas em negação antagônica às propostas de submissão e embrutecimento da degenerada sociedade burguesa. Os espaços libertários apontam também para outros elementos emancipatórios de luta ao passo que organizam demandas populares não contempladas pelos antigos modelos sindicais. Ninguém caminha para a liberdade de costas, olhando apenas às necessidades. Os espaços libertários, em qualquer parte do mundo, garantem a nossa sanidade física e espiritual, promovem a solidariedade, o conhecimento e a educação classista, reúnem grupos sociais reprimidos, socializam com base em aspectos humanos mais elevados e criam uma confraternização para além da competição, da dominação e da exploração capitalistas. Existe um histórico de espaços libertários desde as comunas imortalizadas pelo pintor flamengo Pieter Bruegel até as mais recentes comunidades hippies. Hoje, saudamos outras paisagens de esquerda nos bairros anarquistas de Atenas. ¡Salud!

Por Aleksandrovich

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